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ocamposanto

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cemiterio-goiriz

no fimdaterra
os cemitérios som brancos
mediterráneos
luz iluminada     sombras que reflictem um abismo

no fimdaterra
os cemitérios som pequenos recolhidos
como em lira
areia e cunchas limitam os recintos
e devoltos afogados escuitam o mar
os seus bufidos.

no fimdaterra
os cemitérios presidem horizontes
como em lamas
e ao pé de extintas labregas falecidas
cresce a oliveira o cipreste a relva
a hera que trespassa a minha vista

no fimdaterra
os cemitérios cantam na noite
como em lodoselo
cercado de flores de amigos
dorme o antergo
as lajes escuitam gastas polos anos
os nomes nom me som reconhecidos

no fimdaterra
os cemitérios som estranhos
como em fisterra
ecos modernos alheios valdeiros
sem cruzes nem memória
só cantrojo e ares de mar

no fimdaterra
os cemitérios estám vazados:
nom há maos que lavrem os sartegos
pois som eu a única coveira
para centos e todos os defuntos

e só nos cemitérios
nom cheira a podre.

A imagem tirei-na de aqui.


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